Planejar viver nos Estados Unidos envolve mais do que escolher a cidade e sonhar com novas oportunidades. Quando comecei a montar minha própria mudança, percebi que tudo girava em torno de uma pergunta que todo brasileiro faz: quanto custa realmente viver nos EUA? Não se trata só de salário, mas das pequenas despesas do dia a dia, dos detalhes que fazem você fechar ou não as contas no fim do mês. Vou compartilhar minha experiência, exemplos reais e alguns aprendizados que só entendi depois de muito pesquisar – e de conversar com dezenas de famílias usando a ferramenta da Viver Lá Fora para organização do plano de mudança. Se você está nesse momento, pegue papel e caneta, ou melhor, abra seu Google Sheets, porque os detalhes ajudam muito.
Principais despesas de quem vive nos Estados Unidos
Desde o primeiro orçamento que simulei, ficou claro: moradia, alimentação, transporte, saúde e lazer são as cinco colunas do orçamento. Claro que os valores mudam bastante de uma cidade para outra, mas alguns padrões se repetem. Vou detalhar os pontos:
- Moradia: aluguel, condomínio, energia, água e internet.
- Alimentação: compras de supermercado e refeições fora.
- Transporte: carro próprio, seguro, combustível e transporte público.
- Saúde: plano de saúde, consultas, remédios e emergências.
- Lazer: restaurantes, cinema, academia, passeios e eventos especiais.
Os detalhes transformam o sonho em um plano possível.
Moradia: o peso mais forte do orçamento
Em minhas pesquisas e contas, mesmo mudando de cidade, sempre voltei para uma realidade: o custo de moradia pode consumir de 30% a 50% do orçamento mensal. O aluguel de um apartamento simples de um quarto pode ficar assim:
- Nova York: US$ 2.800 a US$ 3.500/mês
- Miami: US$ 2.000 a US$ 2.700/mês
- Orlando: US$ 1.700 a US$ 2.300/mês
- Houston: US$ 1.400 a US$ 1.900/mês
- Dallas: US$ 1.500 a US$ 2.000/mês
Com família, um imóvel de dois quartos pode custar até 50% a mais. Em cidades menores ou áreas afastadas, o aluguel pode cair para US$ 1.200, mas nem sempre isso compensa o aumento de despesas com transporte ou a distância de oportunidades de trabalho.

Alimentação: diferença no consumo e valores
Fazer compras de supermercado nos principais mercados americanos foi um choque para mim. A variedade se destaca, mas o valor do carrinho pode variar muito conforme os hábitos e preferências. Veja alguns exemplos médios para um adulto ou casal:
- Supermercado básico mensal: US$ 350 a US$ 600
- Refeição simples em restaurante: US$ 12 a US$ 20 por pessoa
- Almoço executivo em área central: US$ 15 a US$ 27
Marcas conhecidas do Brasil são, em geral, mais caras, e ingredientes para comidas típicas brasileiras podem pesar ainda mais no orçamento. Mas é fato que, valorizando os produtos locais e promoções, dá para diminuir um pouco os custos mensais.
Transporte: carro, seguro e combustível
Quem mora nos EUA percebe logo que transporte próprio acaba sendo uma necessidade na maioria das cidades. Transporte público eficiente existe, mas é restrito a poucas regiões metropolitanas. Considerando um carro usado em boas condições, o custo mensal pode envolver:
- Financiamento (para quem compra): US$ 350 a US$ 600/mês
- Seguro: US$ 80 a US$ 200/mês
- Gasolina: US$ 70 a US$ 120/mês (dependendo da distância)
Para quem escolhe grandes centros, como Nova York, talvez o transporte público (metrô, ônibus) seja suficiente, custando em média US$ 120 mensais por pessoa.

Saúde: ponto de atenção
Esse talvez seja o maior susto para brasileiros: a saúde nos Estados Unidos é cara e não existe serviço público gratuito como o SUS. Ter um bom plano de saúde é indispensável. Em minhas simulações para singles, casais ou famílias, os valores ficam assim:
- Plano individual: US$ 300 a US$ 600/mês
- Plano familiar: US$ 950 a US$ 1.400/mês
Se acontecer qualquer emergência, prepare-se para contas que passam facilmente dos US$ 1.500 só por uma consulta em hospital. Por isso mesmo, indico sempre pesquisar bem antes de assinar qualquer plano e usar farmácias genéricas quando possível.
Lazer e adaptação cultural
Ninguém muda de país só para trabalhar. Lazer faz parte do orçamento. Uma ida ao cinema fica em torno de US$ 14 por pessoa. Restaurantes mais simples, cerca de US$ 18 por prato. Mensalidade de academia geralmente entre US$ 25 e US$ 50. Para passeios e diversão em família, costumo reservar pelo menos US$ 100 a mais no mês. Não se esqueça de reservar uma verba para festas, viagens curtas de fim de semana e integração com novos amigos, o que ajuda muito na adaptação.
Investir em lazer é investir na adaptação do novo lar.
Diferenças regionais e cidades mais procuradas
A variação de preços é gritante entre as cidades americanas. Eu tive contato com brasileiros que vivem tanto no interior do Texas quanto em bairros nobres de Boston. Em geral:
- Grandes cidades (Nova York, San Francisco, Los Angeles): custo alto, muitas oportunidades de trabalho, lazer e transporte público eficiente, mas aluguel e saúde caros.
- Cidades médias e pequenas (Orlando, Tampa, Austin, Charlotte): custo menor de moradia, vida mais tranquila, mas geralmente é preciso carro, e há menos opções de lazer.
Cidades com presença marcante de brasileiros
- Orlando, FL (vida familiar e clima parecido com o Brasil)
- Miami, FL (comunidade brasileira forte, praias, custo médio para alto)
- Boston, MA (educação de qualidade, custos elevados e inverno rigoroso)
- Houston, TX (vida mais acessível, oportunidades técnicas)
- San Diego, CA (praias e clima ameno, porém custo elevado)
Salários e relação com o custo de vida
O salário mínimo nacional está em US$ 7.25/hora, mas a maioria das cidades e estados tem seu próprio mínimo (entre US$ 10 e US$ 16/hora). Profissionais qualificados ganham mais, claro. Veja alguns exemplos:
- Área administrativa: US$ 2.800 a US$ 4.500/mês
- Profissional de TI: US$ 5.000 a US$ 9.500/mês
- Salário médio geral: US$ 4.600/mês (em grandes cidades)
Nota pessoal: para solteiros que vivem de forma simples, é possível manter uma rotina confortável com cerca de US$ 3.000/mês em cidades médias. Uma família de quatro pessoas precisará, normalmente, acima de US$ 6.500/mês para viver sem apertos, considerando escola, alimentação, saúde e aluguel.

Dicas para economizar e planejamento para brasileiros
Mesmo com todos esses números, senti que muita coisa se aprende vivendo – mas algumas dicas me ajudaram desde a preparação, principalmente usando a proposta da Viver Lá Fora, que foca no planejamento prático, acessível e realista:
- Opte por bairros mais afastados, mas seguros, para economizar no aluguel.
- Use cupons, clubes de desconto e aproveite promoções em supermercados.
- Considere dividir moradia nos primeiros meses, principalmente para solteiros.
- Tenha sempre uma reserva financeira para emergências médicas.
- Pesquise sobre escolas públicas se for mudar com filhos.
- Faça simulações reais com planilhas antes de decidir para onde ir.
Para quem tem renda vinda do Brasil, é preciso atenção ao envio de dinheiro e à cotação do dólar. A adaptação demanda paciência, inclusive para comparar o que se gasta nos EUA x Brasil – há vantagens, mas também desafios. Por fim, vale lembrar: um bom plano de mudança evita sustos e diminui muito os riscos de prejuízo financeiro na adaptação.
Conclusão: planejamento faz a diferença na mudança
Em toda minha experiência e nas conversas que tive com pessoas que decidiram arrumar as malas rumo aos EUA, vi que cada detalhe faz diferença. O custo de vida nos Estados Unidos é alto para alguns perfis e mais acessível para outros, mas planejar, comparar cidades, salários e despesas, e equilibrar expectativas é o caminho mais seguro. Se você está nesse processo ou começando a pensar sobre o tema, recomendo usar ferramentas de planejamento específicas como a que a Viver Lá Fora oferece. Ter uma visão clara das despesas e do que esperar garante uma transição mais tranquila e poupa surpresas desagradáveis. O sonho americano exige preparo. Quer começar do jeito certo? Conheça mais sobre a Viver Lá Fora e monte seu plano de mudança com inteligência e segurança desde o primeiro passo.
Perguntas frequentes
Quanto custa morar nos Estados Unidos?
O valor varia bastante, mas solteiros costumam precisar de pelo menos US$ 2.500 a US$ 3.500 por mês em cidades médias, enquanto famílias de quatro pessoas geralmente gastam de US$ 6.500 a mais, dependendo do padrão de vida, cidade e escolas.
Quais cidades têm o menor custo de vida?
Cidades do interior do Texas (como Houston ou San Antonio), partes de Ohio e algumas regiões do sul possuem os custos mais baixos em aluguel, alimentação e transporte, mas podem ter menos opções culturais e de transporte público.
Como economizar morando nos EUA?
Pesquise bairros alternativos, aproveite promoções, use cupons, compre marcas locais, divida despesas quando possível e mantenha uma planilha de gastos sempre atualizada.
Quais são os salários médios americanos?
Giram em torno de US$ 4.600 por mês nas cidades maiores, mas variam bastante por área e profissão. Salários mínimos estaduais vão de US$ 10 a US$ 16 por hora em boa parte do país.
Vale a pena trabalhar nos EUA?
Para muitos brasileiros, sim, pela possibilidade de guardar dinheiro, aprender inglês e ter acesso a novas experiências. Mas é fundamental se planejar, entender o custo real da vida e as regras de imigração para evitar frustrações e imprevistos.
