Planejar uma viagem ou até mesmo uma mudança para os Estados Unidos é um passo carregado de expectativas, sonhos e uma boa dose de burocracia. O visto é uma dessas etapas que geram ansiedade, dúvidas e, muitas vezes, nem é tão complicado quanto parece. A ideia aqui é ajudar você a deixar esse processo menos nebuloso e mais próximo dos seus planos. Quer seja para turismo, para estudar ou trabalhar, um roteiro bem estruturado pode transformar a experiência de solicitar o visto americano em algo mais claro.
Ao longo deste artigo, você vai conhecer os tipos de vistos mais buscados por brasileiros, os detalhes do procedimento de solicitação, como se preparar, taxas envolvidas, documentos, prazos e o que fazer nos casos menos favoráveis. Nada será deixado de lado. Sempre trazendo a perspectiva prática de quem entende de planejamento para mudança internacional – aliás, a Viver Lá Fora oferece ferramentas que deixam esse caminho muito mais organizado, especialmente para quem sonha em começar uma nova vida fora do Brasil.
Entendendo a diferença: tipos de vistos americanos mais comuns
Antes do primeiro clique no site do consulado, uma escolha precisa ser feita: qual tipo de visto solicitar? A resposta depende da sua intenção nos Estados Unidos. Os três grandes grupos são vistos de turismo/negócios, estudo e trabalho. Cada um carrega regras próprias, formulários, documentos e peculiaridades importantes para brasileiros. A seguir, veja os principais:
- Turismo/negócios (categoria B1/B2)
- Estudo (categoria F, M, J)
- Trabalho (categorias H, L, O, E e outros)
O visto certo abre portas. Escolher errado pode travar seu sonho.
Visto de turismo e negócios (B1/B2)
O visto B1/B2 é amplamente procurado pelos brasileiros que pretendem visitar familiares, fazer turismo, reuniões ou participar de eventos de curta duração. É também muito comum em viagens de negócios. Ele não dá direito a trabalhar ou estudar em cursos regulares de longa duração, mas permite atividades turísticas e reuniões de negócios.
- B1: negócios – reuniões, negociações, participação em conferências
- B2: turismo – férias, visita a parentes, tratamentos médicos
- B1/B2: normalmente emitidos juntos num único documento
Visto de estudante (F, M, J)
Essenciais para quem busca formação acadêmica ou técnica nos EUA. Existem diferenças importantes entre as categorias:
- F-1: estudantes matriculados em instituição acadêmica, curso de inglês ou universidade reconhecida
- M-1: para cursos técnicos e profissionalizantes (não acadêmicos)
- J-1: intercâmbio cultural, pesquisa, estágio, Au Pair, trainees, professores visitantes
Esses vistos exigem documentação específica, inclusive a comprovação de aceitação por uma instituição americana e comprovação financeira para manter-se nos EUA.
Vistos de trabalho: H, L, O, E (e outros)
Para quem deseja trabalhar legalmente nos EUA, existem várias categorias. Elas são concedidas a partir de ofertas de trabalho já garantidas ou, em poucos casos, por habilidades diferenciadas.
- H-1B: profissionais com formação superior e oferta de emprego qualificado
- H-2B: trabalhos temporários não agrícolas
- L-1: transferência dentro da mesma empresa multinacional
- O-1: pessoas com habilidades extraordinárias (ciências, artes, esportes, negócios)
- E-2: investidores de países com tratados específicos (atenção: o Brasil não faz parte atualmente, mas brasileiros com dupla cidadania de países que possuem acordo podem se beneficiar)
O início do processo: formular o plano e o formulário DS-160
O caminho começa antes de acessar o site do Departamento de Estado americano. Já saber a categoria do visto é necessário para o próximo passo: preencher o DS-160, o formulário eletrônico obrigatório para quase todos os tipos de visto não imigrante. Tenha em mente: o preenchimento correto evita atrasos e dores de cabeça.
- Tenha em mãos:Passaporte válido (ao menos seis meses após a data planejada de saída dos EUA)
- Informações completas sobre viagens anteriores, emprego, estudos
- Dados da família, contatos nos EUA (quando houver)
- Foto digital recente seguindo as especificações do consulado (fundo branco, rosto inteiro, sem óculos, etc.)
- Preencher o DS-160:Acesse o site oficial do Departamento de Estado americano
- Selecione o consulado onde deseja fazer a entrevista (geralmente São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife ou Porto Alegre)
- Salve sempre o seu número de identificação do formulário (Application ID)
- Responda tudo com sinceridade – Informações inconsistentes ou em branco podem dificultar ou impedir a aprovação.
Detalhes preenchidos sem atenção podem custar o visto.
Pagando a taxa e cadastrando no site do CASV
Com o DS-160 finalizado, é necessário pagar a taxa de solicitação (MRV) antes do agendamento. A taxa não é reembolsável em caso de recusa e varia pelo tipo de visto, mas para turismo/negócios, a mais comum, o valor está atualmente em torno de US$185 (pode variar com o câmbio). O pagamento é feito por boleto bancário, cartão ou outras opções indicadas no sistema.
Após o pagamento, cadastre-se no site oficial brasileiro de agendamento (ligado ao CASV – Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto) para:
- Escolher cidade e datas disponíveis
- Agendar: coleta de digitais e entrega de documentos no CASV, seguida de entrevista no consulado
- Imprimir os comprovantes de agendamento para apresentar no dia
Organizando a documentação obrigatória
Muitas pessoas subestimam esse passo. Não leve só o básico – quanto mais preparado você estiver para provar suas intenções no país (e seu vínculo com o Brasil), melhor. O consulado pode pedir documentos extras, embora, na prática, peça menos de 10% deles durante a entrevista. Ainda assim, é melhor pecar pelo excesso.
- Passaporte válido e todos os anteriores, se houver
- Confirmação do DS-160 impressa
- Comprovante de pagamento da taxa MRV
- Comprovantes de renda: holerites, declaração de imposto de renda, extrato bancário
- Comprovante de endereço
- Carteira de trabalho, contrato de trabalho ou declaração de empresa
- Cartas de aceitação (para estudantil), convite (para negócios), contrato de trabalho (para vistos específicos)
- Foto recente (pode ser solicitada mesmo após enviar digitalmente)
- Documentos traduzidos, se não estiverem em português ou inglês
Menores de idade precisam da documentação dos pais e autorização simples para viagens internacionais, quando aplicável.
Documentação incompleta pode deixar sua viagem em suspenso.
Como agendar a entrevista para o visto americano
Com a taxa paga e documentação organizada, o solicitante deve acessar novamente o sistema para agendar dois compromissos:
- Coleta de dados no CASV – biometria e entrega de documentos (na maior parte dos casos, ocorre em até dois dias úteis antes da entrevista oficial)
- Entrevista no consulado – momento decisivo, onde seu perfil será avaliado por um oficial consular
Para alguns perfis, como crianças menores de 14 anos, idosos acima de 80 e em casos de renovação recente, pode haver isenção da entrevista (mas não da entrega de documentos e coleta de digitais).
Os prazos para disponibilidade de entrevistas podem variar. Momentos de alta demanda, como férias escolares e fim de ano, podem gerar espera superior a três meses, enquanto em outros períodos, há datas disponíveis em poucas semanas.
Preparando-se para a entrevista consular
Esse momento é motivo de apreensão para a maioria dos candidatos, mas, na prática, a entrevista costuma durar poucos minutos. O que conta é a clareza do seu propósito, sua história de vida e principalmente os vínculos fortes com o Brasil.
- Responda sempre com honestidade
- Seja objetivo e mantenha a calma
- Tenha todos os documentos em mãos, mesmo os que não são obrigatórios
- Estude previamente seu próprio formulário DS-160 (lembre todas as respostas e detalhes que forneceu)
- Nunca minta ou invente justificativas – pequenas contradições são motivo para recusa imediata
Confiança e verdade abrem portas. Invenções fecham oportunidades.
Para estudantes e trabalhadores, pode ser necessário explicar fontes de renda, como irá se manter ou detalhes do programa em questão. Para turistas, o foco é provar intenção de voltar ao Brasil e não ultrapassar o tempo autorizado.
Taxas, prazos e renovação: entenda o que esperar
O custo e o tempo de tramitação do visto variam conforme o perfil do candidato e o tipo pretendido. Para as categorias mais buscadas por brasileiros (turismo, estudo e negócios), o pagamento da taxa MRV é obrigatório. Outras taxas podem ser cobradas em situações especiais ou vistos diferenciados, como taxas SEVIS para estudantes e programas de intercâmbio, que variam de US$220 a US$350.
O processamento do visto geralmente acontece nos dias seguintes à entrevista, mas pode demorar mais em casos de verificação adicional. O passaporte é entregue em casa via transportadora, ou fica disponível para retirada no CASV, conforme escolha feita na hora do agendamento. No geral:
- Tempo médio após a entrevista: 7 a 14 dias para receber o passaporte com o visto
- Em alta temporada: até 30 dias
- No caso de análise adicional (processo “Administrative Processing”): pode demorar meses
O visto B1/B2 atualmente costuma ter validade de 10 anos para brasileiros. Outros tipos, como de estudante ou trabalho, seguem validade vinculada ao período da atividade prevista.
Renovação simplificada
Candidatos que possuem visto americano expirado há menos de 48 meses geralmente conseguem fazer o procedimento sem entrevista, levando apenas ao CASV para coleta de dados. Essa alternativa é chamada de renewal waiver. Ainda assim, a decisão final sobre dispensar a entrevista cabe ao consulado.
Dicas práticas para não errar no processo
- Faça o preenchimento do DS-160 com tempo, revisando dados e tirando dúvidas antes de enviar
- Junte os documentos com antecedência e organize tudo em pastas separadas por categoria
- Agende as datas logo após pagar a taxa – disponibilidade pode mudar em questão de minutos
- Caso vá em família, preencha e pague o visto de todos juntos, para entrevistas no mesmo dia
- Fique atento a e-mails e atualizações do consulado – podem ocorrer mudanças inesperadas
Organização evita surpresas e acelera sua mudança.
Utilizar ferramentas de planejamento pode ser o fator de diferença entre uma experiência caótica e uma aprovação tranquila. É aqui que projetos como o Viver Lá Fora tornam-se aliados de peso: ajudar você a estruturar cada etapa em planilhas editáveis e compartilháveis, evitando esquecimentos e facilitando o acompanhamento de prazos, documentos, status dos membros da família, etc.
Recusa: e agora? O que fazer?
Nenhuma recusa é definitiva. Se receber o temido “visto negado”, isso não impede nova tentativa em qualquer momento. No entanto, a negativa é registrada e o motivo deve ser analisado com muita atenção.
Muitos vistos são negados pela falta de comprovação de vínculos com o Brasil ou inconsistências nas informações. O bom caminho é:
- Revisar todos os documentos apresentados e sua justificativa durante a entrevista
- Entender o artigo pelo qual ocorreu a recusa (geralmente 214(b) – falta de vínculos ou credibilidade do propósito)
- Corrigir inconsistências, reforçar vínculos e reapresentar pedido posteriormente
Em casos específicos, pode ser preciso pedir ajuda de um especialista para revisitar o processo. Entretanto, nenhum intermediário pode garantir aprovação. O mais importante é ajustar a documentação e o discurso.
Vistos de estudante e trabalho: detalhes importantes
A solicitação de visto para estudar ou trabalhar nos EUA é, sem dúvida, mais criteriosa. Nesses casos:
- Fique atento aos documentos da instituição de ensino ou empresa: aceitação, formulários específicos (I-20 para F-1, DS-2019 para J-1)
- Comprovação financeira é examinada minuciosamente
- Carta convite para trabalho precisa ser detalhada, constando cargo, salário, duração do trabalho e vínculo legal com a empresa
- Taxa SEVIS obrigatória para F, M e J
- Prazos de análise costumam ser similares, mas o visto só é emitido próximo ao início das atividades
Ao ser aprovado, o portador do visto de estudante ou trabalho deve observar cuidadosamente as normas migratórias americanas para não perder o status de visitante, pois irregularidades podem ter consequências graves e afetar futuras solicitações.
Dicas fáceis para evitar erros comuns no processo
- Atualize sempre seus dados de contato durante o processo
- Não tente mascarar fatos: a transparência é sempre o melhor caminho
- Verifique sempre as datas de validade dos documentos de apoio, principalmente passaporte e comprovantes bancários
- Revise endereços, datas de viagem, número de passaporte e todos os itens informados no DS-160
- Agende os compromissos o quanto antes, principalmente se pretende viajar em datas concorridas
- Não compre passagem nem reserve hotel antes da aprovação do visto
Se possível, mantenha uma lista de controle (checklist), dividindo membros da família e detalhando situação de cada documento. Para facilitar, a Viver Lá Fora oferece esse tipo de planilha, atualizada para 2025, que pode ser acessada do computador ou celular, com áreas separadas para cada etapa, taxas, status e observações.
Ajustes simples hoje evitam frustrações amanhã.
Planejamento: seu melhor aliado para conquistar o visto americano em 2025
Encarar o processo de obtenção de visto americano pode até parecer um labirinto, mas, na prática, com orientação correta e comprometimento com cada fase, o procedimento se torna previsível. Antecipar cada necessidade faz diferença para quem sonha em mudar de país, estudar fora ou apenas dar aquele passeio inesquecível. Organize etapas, respeite prazos, seja honesto nas informações e não subestime o peso da documentação – detalhes pequenos podem fazer toda a diferença.
Mudar para os Estados Unidos, sozinho ou com família, exige logística e organização. Um bom planejamento, como o oferecido pela Viver Lá Fora, não só simplifica o acompanhamento do processo como reduz incertezas. Garantir a tranquilidade na conquista do visto é o começo de uma experiência muito mais positiva (e menos estressante) em sua próxima jornada internacional.
Planejamento abre portas. Procrastinação fecha sonhos.
Se está pronto para transformar o desejo de morar, estudar ou trabalhar nos Estados Unidos em um plano concreto e estruturado, conheça as soluções do Viver Lá Fora. Com planilhas, tutoriais e suporte, seu processo será mais tranquilo. Experimente nossa ferramenta de planejamento para a nova vida no exterior, organize cada etapa e evite surpresas. O futuro começa com um bom plano. Comece agora!
Perguntas frequentes sobre vistos americanos
Como solicitar o visto americano em 2025?
O primeiro passo é decidir qual categoria de visto se encaixa no seu perfil. Depois, você deve preencher o formulário DS-160 online, pagar a taxa MRV, criar uma conta no sistema do CASV, agendar a coleta de dados e a entrevista consular, reunir todos os documentos necessários e comparecer nos dias marcados portando a documentação organizada. Siga todas as orientações oficiais do consulado e utilize ferramentas, como a oferecida pela Viver Lá Fora, para não esquecer nenhum item do processo.
Quanto custa tirar visto para os EUA?
A taxa de solicitação para vistos de turismo, negócios e estudos (MRV) gira em torno de US$185. Estudantes e participantes de intercâmbio também pagam a taxa SEVIS (US$220 a US$350, dependendo da categoria). Relembre que outros custos indiretos, como envio de documentos ou emissão de segunda via de passaporte, podem surgir durante o processo.
Quais documentos preciso para o visto dos EUA?
Você precisa do passaporte válido, formulário DS-160 preenchido e impresso, comprovante de pagamento da taxa MRV, documentos de comprovação de renda (holerites, IR, extrato bancário), comprovante de endereço, carteira de trabalho, carta convite ou de aceitação (para estudo ou negócios), foto recente e outros documentos opcionais que demonstrem vínculos fortes com o Brasil. Crianças precisam dos documentos dos pais, autorização de viagem e certidão de nascimento. Reúna o máximo possível para reforçar sua solicitação.
Preciso de entrevista para tirar visto?
Na maioria dos casos, sim. A entrevista no consulado é obrigatória para quase todos os solicitantes entre 14 e 79 anos, exceto em situações específicas de renovação de visto expirado recentemente. Menores de 14 e maiores de 80 costumam estar isentos, mas ainda assim precisam entregar documentos e coletar digitais.
Em quanto tempo sai o visto americano?
O tempo de processamento normal costuma ser de 7 a 14 dias, após a entrevista consular. Em períodos de alta demanda, o tempo pode aumentar. Nos casos em que a solicitação é encaminhada para análise administrativa adicional, o prazo é indeterminado, podendo levar até alguns meses. O planejamento e a organização tornam o processo menos imprevisível.
